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Conheça as principais fintechs brasileiras de Credit As a Service

23/10/2023 • 0 Comment

Credit As a Service (CaaS) é uma tendência emergente no setor financeiro que permite que empresas, mesmo aquelas que não são instituições financeiras tradicionais, ofereçam crédito aos seus clientes. Em essência, o CaaS é uma forma de oferecer crédito sob medida, considerando as necessidades específicas de quem solicita esse serviço.

A tecnologia é a espinha dorsal do CaaS, onde fintechs desenvolvem plataformas para que outras empresas possam oferecer serviços de crédito para seus clientes por meio dessa plataforma. Isso significa que o crédito é oferecido como um serviço adicional, permitindo que empresas de diversos setores, como varejo e e-commerce, ofereçam soluções de crédito personalizadas e exclusivas para seus clientes.

Separamos abaixo algumas das principais fintechs brasileiras que se destacam na oferta de Credit As a Service, confira:

Mova

A Mova é uma plataforma de “Credit as a Service”, permitindo que empresas e bancos desenvolvam produtos de crédito personalizados para seus clientes. Com um sistema modular, ela abrange todo o ciclo de crédito, oferecendo uma plataforma White Label personalizável, acesso via API e um fluxo de contratação digital adaptável.

Em 2023, a Mova foi adquirida majoritariamente pela Serasa Experian. Esta aquisição representa um passo significativo para a Mova na promoção da inclusão financeira, especialmente para PMEs, e na ampliação de oportunidades no mercado de crédito brasileiro. Mantendo sua independência, a fintech, que possui cerca de 200 colaboradores, vê um horizonte promissor de crescimento e inovação.

QI Tech

Após obter autorização do Banco Central para atuar como Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM), está ampliando seu escopo no mercado financeiro. A fintech, que desde 2018 oferece serviços financeiros de crédito, foi licenciada pelo BC como Sociedade de Crédito Direto e agora também atua como DTVM.

Com uma tecnologia própria, a QI Tech gerencia transações complexas entre emissões de crédito e compras de valores em FIDCs. Marcelo Bentivoglio, cofundador e CFO da QI Tech, disse em entrevista, que “a operação de DVTM da QI é automatizada, utilizando robôs no backoffice (análises, conciliações) e capaz de operar 24/7”, o que a diferencia de DTVMs tradicionais.

BMP MoneyPlus

A BMP se coloca no mercado como o banco por trás das fintechs e nomeia seus serviços como Banking As a Service. Um marco significativo para a empresa ocorreu em 2016, quando estabeleceu uma parceria com o Mercado Livre. Essa colaboração não só fortaleceu sua posição no mercado, mas também atraiu diversas fintechs para se associarem à BMP. Em 2023, a fintech afirma que tem como cliente 86 fintechs, 125 FIDC e securitizadoras, 10 varejistas e 12 empresas listadas em bolsa.

Gyra+

Fintech especializada em empréstimo online para micro, pequenos e médios empreendedores, a Gyra+ desenvolveu uma ferramenta de Credit as a Service chamada Toolbox. Segundo a empresa, com o Toolbox é possível realizar análises de crédito, ter acesso a múltiplos parâmetros de risco, trabalhar com algoritmos de machine learning treinados para reduzir o risco da operação e fazer integrações Open Finance.

Money Money Invest

A Money Money Invest é uma fintech de crédito com foco na aceleração de pequenos e médios negócios. Ela utiliza a modalidade P2P lending (de pessoas para pessoas) para oferecer soluções de crédito digital, captando recursos e direcionando-os para impulsionar o crescimento de PMEs. A empresa foi reconhecida por sua inovação e potencial, sendo uma das selecionadas para o Google For Startups Accelerator, em 2023, um programa de mentoria da big tech destinado a companhias de tecnologia.

Fitbank

Mais conhecido por sua atuação no segmento de “Banking as a Service”, a FitBank deu um passo significativo no ano passado para expandir sua presença no mercado de “Credit as a Service” (CaaS). Em maio de 2022, a fintech anunciou a aquisição da EasyCrédito, uma fintech goiana fundada em 2015 que possui um marketplace de crédito pessoal. A ação demonstrou o objetivo do FitBank em diversificar e fortalecer sua oferta de serviços, alinhando-se às tendências emergentes no mercado financeiro brasileiro.

Como o CaaS está revolucionando o crédito no Brasil?

O modelo de Credit As a Service abriu portas para diversas inovações no cenário de crédito brasileiro, trazendo agilidade, flexibilidade e personalização para a oferta de soluções financeiras. Essa abordagem além de reinventar a indústria de crédito tradicional, também está expandindo as fronteiras do acesso ao crédito, alcançando novos perfis de clientes e atendendo a demandas específicas do mercado.

Para aqueles interessados em aprofundar-se nesse tema e entender seu impacto no Brasil, o Cred-Tech Brasil 2023 contará com um painel especial dedicado a essa temática. Será uma oportunidade valiosa para troca de conhecimentos e insights sobre o futuro do crédito no país. Inscreva-se clicando aqui: https://credtech.conexaofintech.com.br/

Como o Credit As a Service afeta os bancos tradicionais?

17/10/2023 • 0 Comment

O modelo de Credit As a Service (CaaS) representa uma mudança significante no cenário de serviços financeiros. Assim como muitas inovações de fintechs, o CaaS oferece tanto desafios como oportunidades para os bancos tradicionais. Confira alguns pontos de como esse modelo de serviço afeta os gigantes financeiros:

1. Pressão competitiva

Novos rivais: As plataformas de CaaS frequentemente se posicionam de forma mais rápida, mais eficiente e mais flexível que os bancos tradicionais, especialmente servindo certos nichos de mercado ou segmentos de consumo.

Um exemplo de fintech que desafiou os bancos tradicionais com seu CaaS foi a Affirm. Fundada por Max Levchin, um dos fundadores do Paypal, ela foi umas das primeiras a oferecer a solução “Compre agora, pague depois” (BNPL: Buy now, pay later).

Perda de negócios: Com as plataformas de CaaS oferecendo serviços de crédito direto, empresas podem evitar usar os serviços de bancos, levando a perdas de negócios para as instituições tradicionais.

2. Mudanças nas expectativas dos clientes

Demanda pelo Digital: Como os provedores de CaaS aproveitam a tecnologia de ponta para oferecer experiências perfeitas, os clientes esperam cada vez mais que os bancos tradicionais ofereçam experiências semelhantes, priorizando o digital.

Personalização: A abordagem orientada por dados de muitas plataformas de CaaS permite ofertas de crédito altamente personalizadas. Espera-se que os bancos tradicionais ofereçam soluções personalizadas semelhantes.

3. Oportunidades de colaboração

Parcerias: Em vez de ver os provedores de CaaS apenas como concorrentes, alguns bancos podem fazer parcerias com eles para aprimorar suas próprias ofertas. Dessa forma, os bancos podem aproveitar o conhecimento técnico dos provedores de CaaS sem criar soluções do zero.

White labeling: Os bancos poderiam usar as plataformas de CaaS como soluções de white label, o que lhes permitiria oferecer serviços de crédito modernos com sua própria marca.

Um bom exemplo desse caso é a Mova, fintech de CaaS aprovada pelo Banco Central, que foi comprada pela Serasa Experian por R$ 40 milhões. A Mova fornece solução White Label para empresas, criando um negócio de crédito customizado em apenas 24 horas.

4. Gerenciamento de risco aprimorado

Análise avançada: As plataformas de CaaS geralmente empregam análises avançadas e inteligência artificial para avaliações de crédito. Os bancos tradicionais podem aprender com esses modelos para aprimorar suas próprias práticas de gerenciamento de risco.

Diversificação: Ao colaborar com as plataformas de CaaS, os bancos podem diversificar sua carteira de empréstimos, acessando novos segmentos de clientes com perfis de risco potencialmente diferentes.

5. Fluxos de receita e estruturas de taxas

Novas oportunidades de receita: Os bancos podem obter receita por meio de parcerias com provedores de CaaS, seja ganhando uma parte dos juros do crédito ou por meio de taxas de indicação.

Novas estruturas de taxas: A transparência e a flexibilidade de muitas plataformas de CaaS podem levar os bancos tradicionais a reconsiderar suas próprias estruturas de taxas para permanecerem competitivos.

6. Desafios e considerações regulatórias

Cenário em evolução: À medida que as plataformas de CaaS crescem, os órgãos reguladores podem evoluir sua postura e suas regras em relação a esses serviços, impactando tanto os provedores de CaaS quanto seus parceiros bancários.

Conformidade: Os bancos tradicionais, com suas infraestruturas estabelecidas, podem achar mais fácil enfrentar os desafios regulatórios do que as plataformas de CaaS mais recentes. Isso pode ser um ponto de venda para os bancos quando estiverem atraindo clientes ou parceiros em potencial.

Embora o CaaS apresente desafios para os bancos tradicionais, ele também apresenta inúmeras oportunidades. A chave para esses bancos é se envolver proativamente com o cenário em transformação, seja adaptando suas práticas internas, colaborando com inovadores de fintech ou uma combinação de ambos.

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